Entendendo o TDAH: O Que É, Sintomas, Diagnóstico e Tratamentos
- Dra. Clarissa Almeida
- 3 de jul.
- 3 min de leitura
Você já ouviu falar em TDAH, mas não tem certeza do que isso realmente significa? Neste artigo, vamos explicar de forma simples e clara o que é o Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade, como ele se manifesta, como é feito o diagnóstico e quais são os principais tratamentos.
O Que É TDAH?
O TDAH é um transtorno neurobiológico que afeta o funcionamento do cérebro, principalmente em áreas ligadas à atenção, ao controle dos impulsos e à atividade motora. Ele costuma aparecer na infância, mas pode continuar na adolescência e vida adulta.
Não se trata de "preguiça", "falta de educação" ou "excesso de energia", como muitos pensam. O TDAH tem causas genéticas e biológicas, e pessoas com esse transtorno realmente têm mais dificuldade para manter o foco, controlar impulsos e organizar tarefas.
Quais São os Principais Sintomas?
Os sintomas variam de pessoa para pessoa, mas costumam ser divididos em três grupos principais:
1. Desatenção
Dificuldade em manter o foco em tarefas ou conversas
Esquecimento frequente (compromissos, materiais escolares, etc.)
Erros por descuido, principalmente em tarefas escolares ou no trabalho
Dificuldade em seguir instruções ou terminar tarefas
Tendência a se distrair facilmente com estímulos externos ou pensamentos aleatórios
2. Hiperatividade
Inquietação constante (mexer mãos e pés, levantar o tempo todo)
Dificuldade em ficar sentado por muito tempo
Falar em excesso
Sensação interna de agitação, como se estivesse “a mil por hora”
3. Impulsividade
Interromper os outros ou responder antes da pergunta ser concluída
Dificuldade em esperar a vez
Tomar decisões precipitadas, sem pensar nas consequências
É importante destacar que nem toda pessoa distraída ou agitada tem TDAH. O diagnóstico só é feito quando esses sintomas são frequentes, causam prejuízos reais (na escola, no trabalho ou nos relacionamentos) e estão presentes desde a infância.
Como É Feito o Diagnóstico?
O diagnóstico do TDAH não é feito com um exame de sangue ou de imagem, e sim por meio de uma avaliação clínica detalhada, geralmente realizada por profissionais como neurologistas, psiquiatras ou psicólogos especializados.
Essa avaliação inclui:
Entrevistas com a pessoa e, no caso de crianças, com os pais e professores
Questionários de comportamento
Análise da história de vida e escolar
Exclusão de outras causas que possam explicar os sintomas (como problemas emocionais ou dificuldades de aprendizagem)
O diagnóstico também segue os critérios estabelecidos por manuais médicos, como o DSM-5 (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais).
Quais São os Tratamentos?
O tratamento do TDAH é individualizado e pode incluir uma combinação de abordagens:
1. Medicação
Medicamentos como o metilfenidato (Ritalina, Concerta) ou a lisdexanfetamina (Venvanse) são os mais usados. Eles ajudam a melhorar o foco, controlar a impulsividade e reduzir a hiperatividade. A escolha e a dosagem devem ser feitas por um médico.
2. Psicoterapia
A terapia cognitivo-comportamental é uma das mais indicadas. Ela ajuda o paciente a desenvolver estratégias para organizar a rotina, lidar com emoções e melhorar a autoestima.
3. Intervenções Educacionais
No caso de crianças e adolescentes, adaptações na escola, apoio pedagógico e orientação para professores podem fazer muita diferença.
4. Orientação para a Família
Os pais precisam entender o transtorno, aprender a lidar com os desafios do dia a dia e reforçar comportamentos positivos.
5. Mudanças no Estilo de Vida
Hábitos saudáveis, como boa alimentação, sono regular e prática de atividades físicas, também ajudam a melhorar os sintomas.
Conclusão
O TDAH é um transtorno real e comum, que pode afetar profundamente a vida de quem o tem — mas com o tratamento adequado, é possível levar uma vida equilibrada e produtiva. A chave está em buscar informação de qualidade, apoio especializado e, acima de tudo, ter empatia e paciência com quem convive com o transtorno.
Se você desconfia que tem TDAH, ou se vê esses sinais em seu filho, procure um profissional da saúde mental. O diagnóstico correto é o primeiro passo para uma vida com mais foco, equilíbrio e bem-estar.

